COMO SOFRI AS TUAS...
Como sofri as tuas vis esquivanças,
Meu coração turbou-se odioso,
Fiz lançar por terra as esperanças
De te reaver, sonhar de novo.
Não é assim que se trata um amor,
Que dormiu confiante ao teu lado,
Sem receio de um dia a dor
O fazer sentir apunhalado.
Teu silêncio é uma acerba afronta
A todos os anos e momentos singelos,
Dei-te as minhas costas, alma tonta,
Pus os meus pés em teus chinelos.
Foi a minha áurea em tua toalha,
E o meu suor mesclou-se ao teu,
Agora sinto o fio da navalha
Decepando um sentimento meu.
Mas ao menos pudesse eu entender
O que nos levou para tão longe,
Um vento nume, ou algum sábio ser,
Nos levara agora não sei pr´aonde.
E agora convivo contigo absente,
Nas minhas dores, as lembranças,
Nas lembranças, olhar inocente,
Neste olhar fluiam esperanças.
Triste fica o coração magoado
Os teus jogos, o meu perdão
Das tuas ofensas de pecado
Por não poupar meu coração.
Mas se esta frondosa relação
Cujos ramos se encheram de frutos,
Chega ao fim, a poda, vem ao chão,
Que dizer do ramo seco, dos brutos!?!
(YEHORAM)