A MORTE DO CHORO
Mas tu não choras, bucólica menina!
Nem sentes lembranças lancinantes
Dos momentos bonitos da rotina
Que fazem corações palpitantes!
Tu não choras, marmórea alma,
Dos seios alabastrinos escuros,
Intacta no lugar, inerte calma,
Calma de descabidos futuros!
Que dizes tu, dos sentimentos meus
Que nos meus olhos tristonhos
Se exprimiram sinceros, um adeus,
Quando me refugio em sonhos?
Que pensas mesmo em tua cabeça,
Sem perceber cismativos ideais
Que adejam em nuvem espessa,
Por não regressar jamais?
Mas nem nisso puseste o coração:
Sobre o dia sem sol e lua,
Sem brilho constelação
Sem a vida em casa tua.
Sem os planos de outrora
Que sonhamos juntos viver,
Cada dia, cada aurora,
Cada lindo amanhecer!
Mas não choraste, como chorei eu,
Não sentiste como senti a dor,
Todavia o choro morreu
No lugar vive um novo amor!
(YEHORAM)