A PERDA

O céu fechou-se em nuvens escuras

Relampejo prenuncia o temporal

Neste lutuoso peito, nas tristes venturas,

No fim da era outonal.

As folhas secas estão molhadas,

Entopindo os bueiros lá fora,

Ficam as chances ilhadas,

Por socorro a alma implora.

Ouço uma canção funesta

Que dilacera o peito escravizado

Por um sentimento que molesta,

Doente de ausência e estado.

O que dantes era uma rotina

Agora o espírito incomodado agita,

E se entregara a indisciplina

Pela acerba dor que nele habita.

Procuro buscar momentos galhofeiros

Para esquecer toda a aflição

Dos dias dantescos traiçõeiros

Que muito desabam em meu chão.

Ai como a dor me é sufocante,

Parece um clima sepulcral!

O Luto, mas de gente viva ambulante,

Que deu-se a perda ancestral.

Escuto o silêncio telepático,

É a tua voz que vem trazida no vento

Com ondas do teu pensamento

De tanto pensar enigmático.

E no peito deste humilde poeta

Paira a dor mais pesarosa,

Por estar alma deserta,

Sem tu, a minha rosa.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 03/04/2011
Código do texto: T2886655
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