P'ra o teu amor.

P'ra o teu amor

adestrei meus lábios...

pronunciei palavras santas

Ao confessar-me dos pecados,

Das palavras duras e mordazes

Que entravam-se em labirintos.

sim, p'ra o teu amor

adestrei meus lábios.!

P'ra alcançar-te

adestrei meus dedos...

toquei-os n'água límpida

de fontes, das provincianas pontes

que transpassavam-se os segredos...

sim, p'ra alcançar-te

adestrei meus dedos!

P'ra ouvir-te

treinei meus ouvidos!

Saciei-me do suplicio

das vozes do silêncio...

dos suspiros das rosas

quando a tarde se isola

na longa espera d'um solstício.

Sim, p'ra ouvir-te

treinei meus ouvidos!

E a vida passa,

foi passando...

E o peso dos dias

da espera à tua vinda,

fixou-me no peito,

de tristeza refeito ainda,

um pesado muro frio de cipreste

E a vida passa,

foi passando......

Mas nunca vieste!

Tomb
Enviado por Tomb em 04/04/2011
Código do texto: T2889800
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.