Quando sangrei pela milésima vez...

Quando sangrei pela milésima vez...

Eu pude ver cada gota da fina chuva que caia.

Enquanto você me deixava. O aumento da retina.

Cada fração de segundo daquele instante. Sorria.

Como quem ri pra estancar o sangue que escorre.

Por dentro, sangue e revolta. Em seguida tristeza.

Porque sou terrível e ainda assim me querem bem?

E então parte. Deixam-me para eu não sofrer. Frieza...

Se vai. Abandona-me sem mesmo antes me terem...

E eu estava realmente gostando. Verdade. Pena...

De hora-em-hora o abismo me chama. E pulo!

Mas nunca caio. Um dia ainda caio, toco o chão!

Então não sentirei mais a decepção de não chorar,

Quando se quer gritar... Ver o paraíso e não entrar.

Apenas sentar ao chão, e lentamente sangrar...

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 15/04/2011
Código do texto: T2910478
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