NÃO PRECISO

NÃO PRECISO

Não preciso de um falso profeta

Que, vestindo-se de bel poeta

Roubou-me um grande amor

Encarcerando-me nessa dor

Não preciso de sua hipócrita oração

Fingindo que ao meu ferido coração

Deseja em auxílio recuperar

Após de pronto me sacanear

Não preciso do seu lamento surpreso

Nem do seu comovido desprezo

Pois não sou nenhum idiota

Se for assim que me nota

Não preciso de suas poucas migalhas

E sacudirei as minhas sandálias

No coração onde acaso pisou

E todo o espaço me furtou

Não preciso do seu funesto auxílio

Prefiro trancar-me no exílio

Da minha nefasta poesia

Que definha, trêmula e fria

GILSON G SANTOS
Enviado por GILSON G SANTOS em 15/11/2006
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