Para não dizer que não falei de nossas crianças
Há muito pouco o que se falar sobre o "Massacre de Realengo", mas fiz minha opinião sobre as crianças que não sabem mais brincar como crianças e que agora matam como gente grande.
Ninguém quer mais ganhar o jogo.
Ninguém aqui quer mais brincar.
A brincadeira agora é fogo
E não sei a que horas isso irá acabar.
O Playmobil já não tem graça.
O pique- esconde já morreu.
Não tem mais futebol na praça
Me diz então o que você viveu?
Nossas crianças estão crescendo
Em meio a tanta violência
E suas vidas vão se perdendo
Entre os tiros e a inocência.
O mundo anda tão vermelho
De sangue das nossas crianças.
A violência é talvez um espelho
Da falta de nossas esperanças.
Matam nossos filhos na escola.
Nas ruas e em qualquer lugar.
A arma é melhor do que a bola
E as "más" crianças sabem atirar.
O que se passa então
No coração de um jovem enfim
Que carrega ódio no seu coração
Que vê na morte o tudo, o fim?
Quem são estes meninos
Que nada querem senão matar?
O que lhes reservou o destino
O que seu pais vieram lhe ensinar?
Agora há muitos pais que choram
Seu filhos mortos em crueldade
E para consolo, há uns que oram
E para outros, a busca da verdade.
Se as crianças morrerem cedo
Cabem anós adultos saber tranformar
O mundo que parece meter medo
Para as crianças que não aprenderam a brincar.