Para não dizer que não falei de nossas crianças

Há muito pouco o que se falar sobre o "Massacre de Realengo", mas fiz minha opinião sobre as crianças que não sabem mais brincar como crianças e que agora matam como gente grande.

Ninguém quer mais ganhar o jogo.

Ninguém aqui quer mais brincar.

A brincadeira agora é fogo

E não sei a que horas isso irá acabar.

O Playmobil já não tem graça.

O pique- esconde já morreu.

Não tem mais futebol na praça

Me diz então o que você viveu?

Nossas crianças estão crescendo

Em meio a tanta violência

E suas vidas vão se perdendo

Entre os tiros e a inocência.

O mundo anda tão vermelho

De sangue das nossas crianças.

A violência é talvez um espelho

Da falta de nossas esperanças.

Matam nossos filhos na escola.

Nas ruas e em qualquer lugar.

A arma é melhor do que a bola

E as "más" crianças sabem atirar.

O que se passa então

No coração de um jovem enfim

Que carrega ódio no seu coração

Que vê na morte o tudo, o fim?

Quem são estes meninos

Que nada querem senão matar?

O que lhes reservou o destino

O que seu pais vieram lhe ensinar?

Agora há muitos pais que choram

Seu filhos mortos em crueldade

E para consolo, há uns que oram

E para outros, a busca da verdade.

Se as crianças morrerem cedo

Cabem anós adultos saber tranformar

O mundo que parece meter medo

Para as crianças que não aprenderam a brincar.

Geraldo Lys
Enviado por Geraldo Lys em 20/04/2011
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