A Chama

Anoitece, cai a geada
No silêncio da espera
A mente está povoada
Do que a imaginação gera

São pensamentos sem rumo
Tão difíceis de segurar
E se desfazem em fumo
Nada ficando pra lembrar

Entristecido penso no pensar
Que nem este é companhia
E por não ter a quem contar
Engulo a solidão em agonia

Mas eis uma luz a brilhar
Tão pequenina, duma vela
Sonho que vou guardar
No peito, chama tão bela

Agonio que se apague
Tão frágil, tão fugidia
Seu brilho é cândido afago
Seu calor, doce companhia

Tércio Oliveira
Enviado por Tércio Oliveira em 16/11/2006
Reeditado em 30/11/2009
Código do texto: T293067