Oh, não quero sonhar!

...O vento soprava a areia,

levantava o que era água,

das casas levava as telhas,

deixando-as vaziadas.

Construções em andamento,

e há tanto construídas...

Triste desmoronamento!

Abriam-se fundas feridas...

Viam-se choro, lamentações,

reclamos, xingamentos...

Vozes em coro, um tormento

- eram partidos corações.

Lembrando-me de nossa casa,

saí correndo alucinado.

Seus carinhos eu desejava,

e o amor que tem me dado.

Com triste cena me deparei.

Em prantos, não me contive,

vendo-a inerte, me aquebrantei...

Oh! Sem amor não se vive!

Profunda me veio a tristeza,

minhas lágrimas formaram rios.

O recomeço, as incertezas,

o desconsolo, feridos brios...

Assim sofri num sonho,

do qual eu quis logo acordar.

Era um cenário medonho...

Oh, não mais quero sonhar!

AURISMAR MAZINHO MONTEIRO
Enviado por AURISMAR MAZINHO MONTEIRO em 27/04/2011
Reeditado em 23/08/2021
Código do texto: T2934474
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