...Violação de correspondência...
Parabéns pai, por mais esta decepção
Parabéns para mim por mais esta escoriação
Restava pouco da escassa confiança
Que como a última mentira feriu como uma lança
Agora não tenho mais em quem acreditar
Só o que me resta agora é despertar
No meio da névoa de mentiras
Sobre aquele que ama não se atira?!
Agora eu fiquei confuso
Perdido num labirinto colossal em desuso
Dá-me um tapa na face
Para ver se cai o disfarce
Agora enxerga meu verdadeiro eu
No início a falta da verdade não doeu
Dói dizer eu não confio em ti
Olhar nos teus olhos e ver o respeito se partir
Muito obrigado, estou até sem palavras e com vergonha
Por que não fui eu o arremessado pela cegonha?!
E...Não há o que dizer
Não há o que fazer
Demorou, mas eu descobri tudo
Perdi minha lenda pessoal ou minha confiança no futuro
Eu não te vejo mais como companheiro
Eu te vejo como traiçoeiro
Acabou a chance de conversar
Está além da sua capacidade de raciocinar
Nós tínhamos só essa vida para corrigir as outras
Não era para ter deixado as decepções soltas
Você piorou tudo ainda mais
Estragou sonhos demais
Fez eu perder amigos leais
Fez eu ver que estou sozinho no cais
O tempo não volta
Para curar os anos de revolta
Fortemente embasada
Fez a vida ficar atrasada
Dentro de casa é difícil confiar
Fora de casa é melhor do que lá ficar
Nesses dias não quero olhar para tua cara dissimulada
Tentarei manter a ira acumulada
Lá no fundo
Do meu agora solitário mundo
É isso que dá tentar agradar
Mais uma chance não irei dar
Nós não temos nada a ver
E eu não tenho nada a dever
Eu só quero sair daqui agora
E depois de tanta demora
Ter minha própria vida
E esperar que essa história seja esquecida!