...Violação de correspondência...

Parabéns pai, por mais esta decepção

Parabéns para mim por mais esta escoriação

Restava pouco da escassa confiança

Que como a última mentira feriu como uma lança

Agora não tenho mais em quem acreditar

Só o que me resta agora é despertar

No meio da névoa de mentiras

Sobre aquele que ama não se atira?!

Agora eu fiquei confuso

Perdido num labirinto colossal em desuso

Dá-me um tapa na face

Para ver se cai o disfarce

Agora enxerga meu verdadeiro eu

No início a falta da verdade não doeu

Dói dizer eu não confio em ti

Olhar nos teus olhos e ver o respeito se partir

Muito obrigado, estou até sem palavras e com vergonha

Por que não fui eu o arremessado pela cegonha?!

E...Não há o que dizer

Não há o que fazer

Demorou, mas eu descobri tudo

Perdi minha lenda pessoal ou minha confiança no futuro

Eu não te vejo mais como companheiro

Eu te vejo como traiçoeiro

Acabou a chance de conversar

Está além da sua capacidade de raciocinar

Nós tínhamos só essa vida para corrigir as outras

Não era para ter deixado as decepções soltas

Você piorou tudo ainda mais

Estragou sonhos demais

Fez eu perder amigos leais

Fez eu ver que estou sozinho no cais

O tempo não volta

Para curar os anos de revolta

Fortemente embasada

Fez a vida ficar atrasada

Dentro de casa é difícil confiar

Fora de casa é melhor do que lá ficar

Nesses dias não quero olhar para tua cara dissimulada

Tentarei manter a ira acumulada

Lá no fundo

Do meu agora solitário mundo

É isso que dá tentar agradar

Mais uma chance não irei dar

Nós não temos nada a ver

E eu não tenho nada a dever

Eu só quero sair daqui agora

E depois de tanta demora

Ter minha própria vida

E esperar que essa história seja esquecida!

Tiago Quingosta
Enviado por Tiago Quingosta em 17/11/2006
Código do texto: T294037