QUANTAS VEZES...

Ah! Quantas vezes me sentei a te esperar!

Um sinal de vida, um voz remota ouvir,

No tilintar do telefone pudesse ouvir tocar,

Mas não ouvi sinal, nem campainha fremir.

Quantas vezes fui em pensamento a ti,

Conclamando ao arrependimento

De tuas impulsivas falas que eu li,

De tudo que urdiu o teu pensamento.

Foram tantas as vezes que eu alardeei

A ti o meu amor humilde e tolerante,

Que nas fimbrias da noite me segurei

Para não desesperar, choro abundante!

Quantas vezes vi as névoas pousarem

No silêncio da madrugada desgostosa!

Nas lôbregas faces da noite e fiarem

A teia da dor constante e lutuosa.

Quantas vezes cantei, eu, uma canção,

A mais triste! Falando de amor em versos,

Contigo em meus pensamentos n´amplidão

Do infinito imensurável dos universos.

Mas nada disso, no teu íntimo, te comoveu,

E minh´alma abatida voou na imensidão

Do vácuo da dor que no céu enegreceu

E choraram as nuvens por mim em vão.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 30/04/2011
Reeditado em 01/05/2011
Código do texto: T2941159
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