QUANTAS VEZES...
Ah! Quantas vezes me sentei a te esperar!
Um sinal de vida, um voz remota ouvir,
No tilintar do telefone pudesse ouvir tocar,
Mas não ouvi sinal, nem campainha fremir.
Quantas vezes fui em pensamento a ti,
Conclamando ao arrependimento
De tuas impulsivas falas que eu li,
De tudo que urdiu o teu pensamento.
Foram tantas as vezes que eu alardeei
A ti o meu amor humilde e tolerante,
Que nas fimbrias da noite me segurei
Para não desesperar, choro abundante!
Quantas vezes vi as névoas pousarem
No silêncio da madrugada desgostosa!
Nas lôbregas faces da noite e fiarem
A teia da dor constante e lutuosa.
Quantas vezes cantei, eu, uma canção,
A mais triste! Falando de amor em versos,
Contigo em meus pensamentos n´amplidão
Do infinito imensurável dos universos.
Mas nada disso, no teu íntimo, te comoveu,
E minh´alma abatida voou na imensidão
Do vácuo da dor que no céu enegreceu
E choraram as nuvens por mim em vão.
(YEHORAM)