LAMENTO

Ao ver a doce alma chorosa

Que sofre mártir de tanto amor,

Sofre e chora orvalhos de rosa

Na alvorada, manhã chuvosa,

Goteja amores nas pétalas da flor.

Depois do estio espande a verdura,

Banhada do sol, ficaram gotas ainda,

Que molhavam os pés desta ventura,

Na alfombra tranquila soava loucura,

Por chorar a alma esta paixão infinda.

Então nas noites longas sombrias,

Em que não se via estrelas fulgentes

A alma em lágrimas que gotejam vazias

E se envolve nas trevas vis e frias,

Sem esperanças, sem estrelas ridentes.

Na manhã que renasce mais um dia,

Não entende a alma esta morte,

Do amor que de bem lhe cobria

Mais feliz, mais intensa alegria,

Não entende e não há quem conforte.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 01/06/2011
Reeditado em 05/11/2012
Código do texto: T3007012
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