O Fim dos Tempos.
Mais nada a fazer, a declarar, a dizer ou desdizer.
Mais nada do que tinha a fazer outro dia.
Cansado da vida, dos homens e seus trejeitos, suas ambições e comunhões vãs.
Mais nada àquilo que um dia sonhara. Todos os pesadelos se transmudaram em realidade ativa e imediata.
Não ao querer poder, ao querer saber, ao desejo infecto de a tudo persignar.
Aqui se foi a esperança.
Aqui não se perscruta mais o peso fiel da balança.
Não se dança, nem canta.
Tudo desceu nas águas sujas da ultima enchente.
E as crianças comeram o último resto das migalhas que os ratos lhes deixaram.
Os ratos gordos impestiaram o despudor público, e o velho pudico que a tudo comanda mandou que cortassem as cabeças dos dissidentes.
Toda a juventude se prostrou na insignificância da picardia sórdida. Tudo o que é desumano sangrou e resvalou no profano, a tudo gerando caos e desordem.
Não se tem mais o mínimo de esperança...
Um dia disseram que os dias vindouros voltariam, mas aos mortos não restou senão terras e vermes...
Savok Onaitsirk, 06.06.11.