O Fim dos Tempos.

Mais nada a fazer, a declarar, a dizer ou desdizer.

Mais nada do que tinha a fazer outro dia.

Cansado da vida, dos homens e seus trejeitos, suas ambições e comunhões vãs.

Mais nada àquilo que um dia sonhara. Todos os pesadelos se transmudaram em realidade ativa e imediata.

Não ao querer poder, ao querer saber, ao desejo infecto de a tudo persignar.

Aqui se foi a esperança.

Aqui não se perscruta mais o peso fiel da balança.

Não se dança, nem canta.

Tudo desceu nas águas sujas da ultima enchente.

E as crianças comeram o último resto das migalhas que os ratos lhes deixaram.

Os ratos gordos impestiaram o despudor público, e o velho pudico que a tudo comanda mandou que cortassem as cabeças dos dissidentes.

Toda a juventude se prostrou na insignificância da picardia sórdida. Tudo o que é desumano sangrou e resvalou no profano, a tudo gerando caos e desordem.

Não se tem mais o mínimo de esperança...

Um dia disseram que os dias vindouros voltariam, mas aos mortos não restou senão terras e vermes...

Savok Onaitsirk, 06.06.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 06/06/2011
Reeditado em 06/06/2011
Código do texto: T3017333
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.