O tempo da dinastia em que o mundo foi melhor.

O tempo da dinastia em que o mundo foi melhor

É a contraversão de que o mundo esta piorando.

Ouço orações mais conturbadas que antes.

É o tempo do pó, do só. A era da solidão...

Ouço janelas se fechando.

Ouço portas se batendo.

Ouço o silêncio dos ventos avarentos.

É o tempo da depressão se valando,

Se arrastando por esta multidão de olhos profundos,

De noites de insônia.

É a era de noites mal dormidas.

Ouço ousadia correspondida no apresso de seres mal acompanhados.

Ouço a devastação de olhares pouco amigáveis.

Ouço choros de soluços, mas pouco consistentes.

É o tempo do deserto.

Vejo luzes de postes sendo acabadas:

Elas piscam, mas não são como antes. São fracas.

É o trem do obscuro.

Vejo seres incomunicáveis.

Vejo seres indescritíveis.

É a era do surdo e mudo.

Vejo o mundo em um colapso.

Vejo e revejo que os sentimentos estão friamente calculados.

As peles não se ardem como antes.

As bocas não se tocam como antes.

Os debates não são tão democráticos.

Não é mais fática a relação de tempos.

É o tempo em que tudo mudou.

É o tempo em que as coisas se esfriaram.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 08/06/2011
Código do texto: T3022906
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