VAGA-LUME
Vaga-lume, vaga-lume !
Pedacinho de estrela cadente,
Que veio do céu salpicando luzes,
Riscando de prata as minhas noites.
Fogos vivos adornando o silêncio,
Em todas as noites, de todos os santos,
A enfeitar o vento, a marcar o tempo,
Os fogos-fatuos bordando os mantos.
Os mantos tristes das noites frias,
De vultos cinzas na escuridão plena,
Vem dar esperanças, inspirando sonhos,
Os meus sonhos em noite serena.
Vaga-lume, desde menino te conheço,
Desde a infância dos jardins sem muros,
E todo o tempo, nessa varanda triste,
É sua luz que ilumina os meus escuros.