NOITES NEBULOSAS
Nas noites nebulosas que se perde o amor
O coração num brado, um nome chama,
A inesquecível flâmula que arde o fulgor
Brandindo a saudade d´alma que ama.
O orvalho goteja o frio na pele morena,
Nos olhos distantes reluzindo a busca
Do amor perdido que a noite envenena
O brilho das ruas que de sarcasmo ofusca.
E ao ouvir a tua voz, a menina modesta,
De princípios antiquados, formas antigas,
Pensamentos retrógrodos, alma honesta,
Me apresentara uma noite entre as cantigas.
Agora distante num acerbo adeus
Eu agonizo dia e noite, noite e dia,
Com tua imagem esboçada nos céus,
Aguçando mais ainda a minha agonia.
(YEHORAM)