Um simples vate.

Sou um simples vate

Sobre o qual o Desânimo se abate.

Aquele que não tem fantasia

Que traz n'alma uma grande Melancolia.

Que se arrasta de cabeça baixa pela Existência

Que caminha só com sua consciência.

Um versejador que para continuar não vê motivos

É um vulto triste a vagar por entre os vivos.

Aquele que não é estimado

Por todos é execrado.

Que do Desespero está sob o jugo

Que do Inferno é o refugo.

Um ser que desconhece o que é carinho

Que da Felicidade jamais provará o gostinho.

Alguém que não pode sua Vida ceifar

Foi amaldiçoado pela Natureza a respirar.

Que percorre uma escura senda

Uma pobre criatura,de feição tão horrenda.

Um tolo que para sua Casa uma vergonha é

Que em mais nada tem fé.

Que há muito tempo decretou sua falência

Do qual viv'alma sentirá a ausência.

Que deseja mais do que tudo a Morte

Que sempre foi preterido pela Sorte.

Uma abominação que é na Terra o eco de abandono

Que sonha apenas com o derradeiro sono.

Que nunca acertará o passo

A quem sorri o Anjo Triste Do Fracasso.

Que a todo instante,em pensamento,pede à mãe perdão

Por ser à ela uma decepção.

Um estafermo que nao agradará a ninguém

Que nem para escrever talento tem.

Uma patética criação que derrama lágrimas de Dor

Que em vão buscou o amor.

Que carrega no peito uma angústia verdadeira

Que tem a desgraçada Solidão por companheira.

Um erro maldito que continuará a expressar seu pesar

Até que sob uma lápide fria venha para sempre repousar!

E que não mais se preocupa em utilizar palvras repetidas

Pois,infelizmente,não serão lidas.

Arcanjjus Negrus
Enviado por Arcanjjus Negrus em 02/07/2011
Reeditado em 02/07/2011
Código do texto: T3071423