Pés virados
Um túnel, um fluxo
Rostos sem rostos seguindo avante
Um minúsculo ponto trafega ao contrário
Contrário ao caminho que devia seguir.
Não há amargura, nem rancor
Existe um desejo de simplicidade e alegria
No caminho rodando ao contrário
Daquele minúsculo ponto que vai negando o fluxo.
Ele gosta de andar ao contrário
Mas não coloca culpa no fluxo, nem em quem o segue
Apenas começou a andar ao contrário
Porque gostava do que via do outro lado.
Uma epopéia, um sonho
No fundo, torciam por ele
Todos os que seguiam o fluxo
Gostariam de saber aonde andar ao contrário levava.
E foi subindo, e foi andando
Olhando firme para o intangível objetivo
E foi chegando tão longe!
Quando seu fôlego começou a esmorecer.
E parou, e descançou
Olhou para cima e para baixo
Notou nas estranhas roupas que vestia
E no que vestiam os que andavam no fluxo.
Ficou parado no remanso
De um lado para o outro a investigar
Não notou aquele minúsculo ponto
Quando junto com o fluxo começou a navegar.
Desfez-se a incrível epopéia
E sumiu aquela pequena esperança
Derreteu o agito que se fazia
Quando um minúsculo ponto andava ao contrário.
Ficaram sem saber todos
Aonde aquilo ia dar
Mas ninguém chorou por ele, nem ele!
Por ter se deixado levar.