Espírito suicida!

Esta frio lá fora e coloco a jaqueta.

Vou-me à jornada de caminhadas atrás do sim.

Por vir, porém, que seja alguém que me olhe de outras maneiras.

Vou eu na correria pelos córregos;

Tento um espaço, nem que seja num cantinho da sala de estar,

Mas alguém que me veja e me dê a oportunidade lá.

Nessa correria, o que encontro nos meus confrontos são apenas não's.

Desanda a criança-quero-crescer.

Dê um leite para o bebê

Que esta em fase de crescimento buscando sustentabilidade para adquirir o tal do respeito.

No seu peito, estão apenas as pancadas de fortes dores. O início de um infarto agudo do miocárdio.

Anda, desanda, cansa, desbanca... É o que sinto verdadeiramente.

No metrô, vejo as cargas do trilho me chamando.

Coloco um pé à frente e vou em frente rumo a pular.

Me pega o espírito de suicida.

Na tentativa de sair dos trilhos, sinto algo me puxar.

Olho para trás e vejo anjos me puxando.

Um pega na minha manga,

Outros pegam em minha camiseta.

Além disso, ouço vozes me chamando:

Eram as crianças. Elas estavam me aclamando

E diziam:

"Brilha mais e mais,

Não te entregues ao réu,

Não é tempo de viver no céu,

Pois Deus te ama e em ti concentra,

Não percas a esperança,

Não percas a cabeça.

Não vás, jovem.

Não vás, jovem,

Pois Deus te ama.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 11/07/2011
Código do texto: T3087968
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