NA MESA DO ENCONTRO
Na aurora que me desperta o sol contente
Que pendera seus raios na amiga janela,
Coadjuvante da luz do dia mais fulgente;
Logo esta luz fez-me lembrar do rosto dela.
Os olhos que olhavam fitos e distantes
Me derretiam como as chamas de uma vela
E o medo de perde-la durou instantes,
Porque me fora, da noite, a visão mais bela.
Embora triste em meu próprio sonho,
Absorto em pensamentos, na turbulência,
Vi diante de mim olhar mais tristonho,
A minha querida, a minha essência!
Eu me atrapalhei nesta minha conquista,
Tentando consertar, mais fiz piorar,
Na mesa do encontro, tão otimista,
Sairam os nervos, em vez do amar.
Foi a noite em lágrimas tecidas,
A lívida lua brumou-se em decepção,
Desfazendo-se das embranquecidas
Cores que fremiam o meu coração.
(YEHORAM)