Olho o Relógio e Vejo Minha Vida.

Olho o relógio e vejo minha vida, mas no anti-horário.

Sinto ir para trás e eu tento segurar,

Mas não há meios.

Não há saída.

Absorve-me: é como um aspirador que vai sugando os restos do tapete.

Eu sou o resto de comida, o resto da embalagem

E a dona de casa com a arma na mão

Levando o pouco que resta de mim.

Levo, então, o nevoeiro.

Extermino o exterminado.

Estou no campo de concentração

E, no entanto, minha concentração se esvai como ao vento.

Entre meus seios e receios, me concentro que estou perto do fim.

Eu sou um ponto final.

Acabe-me logo.

Amém.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 28/07/2011
Código do texto: T3124064
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