Eu Sou o Amanhã Que Pouco Se Importa.

Eu sou o amanhã que pouco se importa.

Talvez eu seja o amanhã de que nunca será.

A pior coisa é chegar e ver à sua volta olhares de desconfiança.

Enquanto julgam algo por que nem tenho culpa.

Não tenho culpa de não ter a estrela que alguns têm.

Não tenho culpa de não ter as pernas finas e a agilidade do Neymar.

Não tenho culpa de ser como Pablo Escobar.

Não tenho culpa de não ter nada pra esnobar.

Talvez seja porque acredito em fadas madrinhas.

Talvez seja porque pouco me importo com sua varinha.

Talvez seja porque não tenho empresários do ramo.

Eu sou a fadiga de sonhos corrompidos.

Para muitos, eu sou uma louça mal lavada.

Eu sou aquele queijo derretido contido em um prato de porcelana.

Sou o copo de marca de boca.

Mas não tenho culpa, apenas tenho vinte anos e agora é que estou aprendendo a respirar sem aparelhos.

Mas, enquanto a maioria não se empolga em me ajudar mas se contenta em me vaiar, eu demonstro meus pés que, mesmo com os atritos de um chão pouco rentável, seguem no caminhar.

Mas também nem quero muito, pois penso de que muito não há em me agradar.

Pois de que adianta ter muito se depois fica tudo por aí? Prefiro esperar por sorrisos e palavras, pois elas nunca irão partir.

“Deixarei um testamento declarando toda minha inteligência apenas a um ser: ao meu cachorro.”

Ah, minha poesia nunca irá morrer, pois terá sempre um negro e um branco que irão ler.

Mesmo que eu seja o nada do além,

Pois, talvez, eu seja o amanhã de alguém.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 30/07/2011
Código do texto: T3128671
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