Ah! A morte, esta libélula

Ah! Esta presença misteriosa que espreita a minha existência

Que conspira na escuridão

Que inspira solidão

Que observa pelos cantos, espantando os meus encantos

Por que me deixas tão só com sua presença

Por que afaga-me o pranto evaporando minhas lágrimas

Porque se alegra comigo levando-me embora o sorriso

Porque escuta com prazer o silêncio dos meus cantos

Esta libélula que plaina na escuridão dos meus sonhos

Que pousa na desilusão de minha alma

Que lança-se sobre o vento de minhas ilusões

A esgueirar pela janela de minhas realizações

Não posso viver sem esperar por teu abraço

Não posso morrer se não em teu colo

Não quero ver-te, mas tu me vês

Não quero ter-te, mas tu me tens

A cada segundo de minha vida caminhas ao meu lado

A cada minuto, observas meus defeitos

A cada hora me acaricia o orgulho

A cada dia me espera calmamente

Ah! Esta libélula, que espreita meu último suspiro

Não me odeia os sonhos, nem minhas desilusões

Não se importa de me levar tão cedo

Mas está certa de que estareis em teu colo ao anoitecer

Lucas de Arcanjo
Enviado por Lucas de Arcanjo em 07/08/2011
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