súbita solidão

Poeira e folhas

Na lápide do poeta...

-O poeta morreu !

O véu sobe a fasce

E a janela chora

Pranto de menina

Por voz que calou.

A porta range doída

Sem prosa nem verso

Sem rima nem prima

Ou musa qualquer.

Ah,poeta que morreu

Mas moribundo perambula

Pelas vias de meus olhos

Pelas ruas de meu eu

Vagas nas praças sem platéia

Sem letras que saiam da boca

Sem inspiração que vaze

Morreste...mas sem morrer

Perdeste da vida o brilho

Esta faísca dos olhos

Esta razão para sonhos

Que fazia-te sorrir.

Hoje, tu jazes poeta

Na solidão que sufoca

Na lacuna da tristeza

Sem os versos da paixão

Sem flores, sem cores

Sem amores...

Causa mortis:

Desilusão !