Tristeza de Olhos.

Talvez eu seja a tristeza de olhos famintos.

Mesmo se minhas mãos fossem grandes, meus dedos compridos, e meu braço longo,

Mesmo se minhas pernas fossem finas e, compridas,

Mesmo assim eu não alcançaria o topo.

Se o mundo começasse a me aplaudir, eu não me acostumaria,

Pois me acostumei às vaias de incentivo.

Se todos me dessem água para me reidratar da canseira, eu não aceitaria,

Pois me acostumei a pegar e tomar água sozinho.

Se todos respirassem por mim até eu repor o meu fôlego, eu não admitiria,

Pois me acostumei a respirar sem aparelhos.

Talvez eu seja a tristeza de olhos sozinhos.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 14/08/2011
Código do texto: T3159613
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