Menos
Verões se acabam, passam primaveras e outonos
Mas quedo-me, ainda com medo, nesse inverno infinito
Onde só existe sua ausência, sua memória e essa saudade constante
Em tua honra, vou vivendo mesmo assim...
Flores da estação apenas por teimosia enfeitam minha dor profunda
Não há conforto, nem nada que acalme minha alma lacerada
A vida, as cores, os gestos, nada
Nada preenche o vazio que você deixou
Sua partida, ainda que tranquila, destruiu meus sonhos e me fez assim
menos humano porque já não sonho,
menos sensível porque todas as outras emoções nada significam,
menos verdadeiro porque digo a todos que tudo está bem, sempre.
Menos, infinitamente menos eu, porque parte de mim não existe mais