Menos

Verões se acabam, passam primaveras e outonos

Mas quedo-me, ainda com medo, nesse inverno infinito

Onde só existe sua ausência, sua memória e essa saudade constante

Em tua honra, vou vivendo mesmo assim...

Flores da estação apenas por teimosia enfeitam minha dor profunda

Não há conforto, nem nada que acalme minha alma lacerada

A vida, as cores, os gestos, nada

Nada preenche o vazio que você deixou

Sua partida, ainda que tranquila, destruiu meus sonhos e me fez assim

menos humano porque já não sonho,

menos sensível porque todas as outras emoções nada significam,

menos verdadeiro porque digo a todos que tudo está bem, sempre.

Menos, infinitamente menos eu, porque parte de mim não existe mais

Brandim
Enviado por Brandim em 16/08/2011
Código do texto: T3163958
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