O vazio de mim

Que silêncio que me envolve e sufoca

Num vazio que de tão denso me alucina

Quase mortas ficam as horas em agônia

Passando lentas sem precisar marcar o dia

E que dia, em mim, haveria de passar?

Se no tempo me perdi sem caminhos pra voltar

Até a noite, em meus olhos, claros dias se tornaram

E assim, não me permitem nem ao menos um sonhar

No vazio do silêncio onde gritar é não ouvir

A própria voz ao passar em pensamentos

Como se o vácuo até o pensar me roubasse...

Me deixando eterno o mais triste dos momentos

E a solidão que matreira, mansamente se apróxima

Sorrateira, ardilosa, sem ter pressa de chegar

Ao saber-me preso sem nenhum sonho pra sonhar

E tão vazio que nem lágrimas tenho mais para chorar.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 03/09/2011
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