RETRATO DE MIM!

 
 
Sou flor que não desabrocha
o botão não renascido
Sou a dor que o peito arrocha
o tempo morto, vencido.
Sou a água que não corre,
o sangue que me escorre
deste coração ferido.
 
Sou ave de asas quebradas
que não construiu seu leito.
Sou a voz fraca, calada,
estancada em meu peito.
Sou a pálida imagem
da vida, só a miragem,
dessa sorte, que eu rejeito.
 
Sou a fera adormecida,
sem forças para rugir.
Pecadora arrependida
sem paz para refletir.
Sou mar revolto, bravio,
um corpo inerte, vazio,
que insiste em não cair!



 


 
Para o magistral poema
JAZ MIM
do poeta e amigo JJ Braga Neto
Obrigada, caro amigo, por inspirar-me.
Beijo grande.
(Milla)