BONECA DE PANO

Tento divisar o que sobrou...

andar sobre velhos passos

olhando através de estilhaços,

do espelho que se quebrou;

A imagem que reflete, fora de foco,

em nada se parece humano

quando, algumas partes ainda toco,

parece-me boneca de pano...

Prendo a respiração!

Não vejo meu EU,

é apenas um coração

de alguém que, da vida, se perdeu...

Que medo insano...

e à crença profano

destes dogmas ateus

onde está o meu Deus?

À uma boneca me assemelho...

que jaz inerte, com medo da vida

perdeu-se da mulher atrevida

diferente do que mostra o espelho...

Lara
Enviado por Lara em 09/07/2005
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