Páginas em Branco
Tão alvas
Puras em sonhos delicados
Sem as máculas de tempos senis
Cristalinas em cânticos inaudíveis
Assustadoras em tal ternura
A pena treme infantilmente diante de ti...
Oh! Páginas em branco
Oh! Páginas gélidas e profundas
Meus versos as querem,
Anseiam por devorar a inocência
E incrustar em ti minha dor mais secreta.
És como abismo
Que atraem tão hipnóticas
E afastam subitamente com calafrios
Mas irei corromper-las de versos íntimos
Cheios de venenos e pesadelos únicos
Que irão ser enterradas em ti...
Oh! Páginas em branco
Oh! Páginas medonhas e amadas
Meus versos as desejam,
Sonham por exocistar as tristezas
E somente em ti poderão enfim descansar.