O que há?

Aquele nó-

que aperta a respiração,

sufoca,

de avermelhar o branco dos olhos.

Por que?

Saudade-

muito forte,

a ponto de pensá-la presente realidade,

porque nela minh'alma está

persistindo quotidianamente,

a roubar o mais precioso de mim,

o de saber-me ser como amadureci

e que vejo ausentar-se de minha eternidade.

Página virada, sei,

há várias,

mas que farfalha ainda no coração

como coisa natural minha, nata,

que jamais se afasta.

Sei onde estou agora

e nem me pergunto o por quê,

é nova etapa que se abriu

para assumir a anterior que se foi

mas não morreu, o que não contesto;

às vezes a vida me guia.

Tudo se acabaria se eu me calasse,

caminho tropeçado em letras

entre o horizonte da minha jornada

e a lembrança que dorme entre os guardados.

É isso:

Estou guardado dentro de mim-

e às vezes não me reconheço;

voz amargurada que escuto sem sentido

e a memória não tritura, não me digiro!

O que sonho está lacrado no sangue,

ternura que não quer se apagar,

verdade a sete chaves guardada

num masoquismo interior sem fim

que permanece como céu que lá está

a cuidar do meu tempo

alimentado o silêncio

das minhas palavras soltas...

(MEG)

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 04/10/2011
Reeditado em 04/10/2011
Código do texto: T3256995
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