Sol vermelho

Esse sol vermelho

Sangrando no horizonte

Ganindo dores pretéritas

Pressentindo angústias futuras

Esse sol vermelho

Rasgando o azul-acinzentado

Como um grito desesperado

de despedida.

Menos um dia de existência

Mais um dia de experiência

Ficamos mais velhos

Morremos mais um pouco

A cada entardecer

E as estrelas vêm bordar secretamente

nosso manto

que encobre o sono e a passagem para o

outro dia...

Essa explosão de vida e de morte

simultânea

E o tempo a nos relatar sobre a

Razão, reflexão

E sabedoria.

Espero esse tempo.

Espero esse sol sangrando

De hemorragia elíptica

Do eterno retorno dos dias idos,

Das ondas e vagas a cantar

no mar

Os segredos ininteligíveis

Dos muitos que ainda restam a

decifrar...

Eu sou a esfinge de mim mesma

Erguida perante o tempo

Eu sou o enigma

Erguida perante a lógica

Eu sou o ato de devorar

E de gerar no ventre a vida

Para renovar a eternidade.

A fome de viver.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 13/10/2011
Código do texto: T3274951
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