A poesia de ontem

Ontem escrevi uma poesia sem nome,

Versos sem rimas, palavras cansadas, vazias

Assim com se elas fossem minhas lágrimas

Caindo no papel a escrevendo minhas dores.

A poesia sem nome que ontem escrevi

Era como se fosse palavras soltas, sem nexo

Contando histórias que nem lembrava mais,

Buscando dores guardadas, reabrindo cicatrizes

Que, na alma, pareciam saradas, calcinadas.

Mas se abriram novamente, sangraram

Abundantes em dores, em gritos, que a alma

Alucinada e triste grita a esmo chorando sozinha.

Sem tempo, sem rumo, num espaço que não existe

Por que tudo ficou para traz sem caminho de volta.

Ontem escrevi uma poesia sem nome, tão triste

Que me restou apenas dizer, não mostrar

Para que ninguém chore a dor que é só minha

Essa dor tão grande que fez minha poesia sem nome

Ficar sem fim. Infinita como se a dor de sempre

Ficasse eterna a cada momento.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 13/10/2011
Código do texto: T3275101