APRENDI COM A SOLIDÃO
Aprendi a ser só desde menino,
Os anos foram passando e pesando
Sobre os meus ombros distraídos,
Solidão é do passado uma semente
Que amarga o fruto do presente.
E quando os anos vão passando,
A solidão se agrava como fardos,
Que pesam inclemente na ilusão,
Na aurora são penas coloridas,
No ocaso, pedras no coração.
Lá se vai toda a coragem de menino,
Que trilhava por qualquer destino,
Perseguindo sonhos mais distantes,
Pelo vento da esperança sem juízo,
Em busca de um lugar no paraíso.
Que doce ilusão, doce lembrança,
Que embalam sonhos de criança,
Nos jardins floridos da infância,
Garra viril da juventude errante,
Em busca da conquista triunfante.
A cada queda, uma ferida nova,
A alma de guerreiro vai cansando,
E das escolhas vai desacreditando,
O medo e das mazelas, a covardia,
Bandeiras de um valente derrotado.