A PALAVRA

Em espera silenciosa

A palavra de amor vai fenecer

Como bebida deliciosa

No cálice envelhecer.

Amor-palavra, atroz lembrança

Quase cinzas de tanto arder,

Do pranto de dor não se cansa,

Busca sempre reflorescer.

Em pouco será tarde.

O amor já pouco existe.

A lembrança já não mais arde.

Mas a palavra, quase extinta,

Tem esperança, persiste,

E ainda insiste

Para que o amor a consinta

No silêncio se esconder.

ANACLARA RIBEIRO
Enviado por ANACLARA RIBEIRO em 01/01/2007
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