Soneto Da Linguagem Extrema
Na alma percruto a dor deste exilio;
Recordo o ritmo largo da ausência.
Com certa mágoa, penetro a existência,
Que outrora tivera seu doce brilho.
Das palavras aperto o vil gatilho,
Disparo poemas, com febril veemência.
Sintetizo toda a humana essência
Na melancolia de um anômalo estribilho.
A dor exala-se, em acordes de guitarra
Enquanto livro-me destas amarras
Que a Matéria tristemente impinge.
Soletro rudimentos, discursos blasfemos
Soluço uma línguagem de extremos
Saindo em espasmos da minha laringe!