Resposta(s).
Que é esta fuligem suspensa,
negra, senão pó de escuridão?
Que é senão a consciência, dor;
tecida na gente a fios de corrosão?
Que é senão meu próprio grito,
Sopro da chaga que me fustiga?
É deveras posse comum a todos.
Migra de peito, à surdina, atrevido.
De observar a terra veio-lhe a cultura:
planta semente fértil regada a vinho.
Que é senão meu próprio grito,
dor sentida que tenho escrito?
É Deus quem chama para o ajuste.
Quer logo os juros da descrença,
Mais as parcelas de angústia tidas.
Quer logo o lucro, para si a diferença.
Que é senão meu desespero esse Deus?
Que é, senão foi o amor, este contrato?
É somente o motivo de cá virmos a choro;
é o visto da viagem tenebrosa ao desconhecido,
O choro é a dor das amarras a rasgar a pele,
do pesado fardo da vida, nas costas do nascido.