Filomena
Aquele seria mais
Um belo dia...
Sendo recebido por Filomena
No portão de casa
Fiz o que nunca fiz antes
Brinquei e deixei até
Ela me beijar no rosto
Assim que terminamos
Nossa brincadeira
Entrei para descansar
Antes de ir trabalhar
Foi quando ouvi um grito
Assustador de socorro
Era a criança de casa
Em prantos a chorar
Filomena já estava
Estirada na rua
Com os ossos do seu corpo
Amassados a agonizar
Ela estava ali morrendo
E eu em nada pude ajudar
Apenas vê-la sofrer esperando
Sua triste morte chegar
Quando isso aconteceu
Peguei-a pelos braços
Colocando-a, dentro
De um saco preto...
Preto como a morte
Que ali acabará de passar
Levei-a a um terreno baldio
E cavando um pequeno buraco
Depositei nele, o seu esqueleto
Quebrado pelo peso das rodas
De um automóvel que transformam
Nossas vidas numa grade agonia
Enquanto em minha memória permanecia
apenas os seus latidos e suas mordidas
outrora levadas um dia...