Filomena

Aquele seria mais

Um belo dia...

Sendo recebido por Filomena

No portão de casa

Fiz o que nunca fiz antes

Brinquei e deixei até

Ela me beijar no rosto

Assim que terminamos

Nossa brincadeira

Entrei para descansar

Antes de ir trabalhar

Foi quando ouvi um grito

Assustador de socorro

Era a criança de casa

Em prantos a chorar

Filomena já estava

Estirada na rua

Com os ossos do seu corpo

Amassados a agonizar

Ela estava ali morrendo

E eu em nada pude ajudar

Apenas vê-la sofrer esperando

Sua triste morte chegar

Quando isso aconteceu

Peguei-a pelos braços

Colocando-a, dentro

De um saco preto...

Preto como a morte

Que ali acabará de passar

Levei-a a um terreno baldio

E cavando um pequeno buraco

Depositei nele, o seu esqueleto

Quebrado pelo peso das rodas

De um automóvel que transformam

Nossas vidas numa grade agonia

Enquanto em minha memória permanecia

apenas os seus latidos e suas mordidas

outrora levadas um dia...

Marcello dos Anjos
Enviado por Marcello dos Anjos em 20/12/2011
Reeditado em 20/02/2012
Código do texto: T3398208
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