Rancor que mata.

Sangria...

Sangria desatada.

Sangue jorrado dentro e fora de mim.

Eu sobre a vida e perto da escuridão.

Coração abatido, corpo pela dor transpassado.

Não, não há um lar para mim.

Não há um lugar onde reine a paz.

A agonia tomou conta de meu ser.

E eu sinto meu corpo esmorecer e minha carne padecer.

Sangria desatada, essa dor, que só me causa rancor.

Estrebuchando de agonia.

Marcado na carne pelo sofrimento e pela injustiça.

Eu vertido em sangue.

Alma chorosa, carne ardente em alergia.

E eu quase arranco meus olhos com os dedos.

Minha carne arde em coceira.

E eu rasgo minha pele até sangrar.

Meu sofrimento é fruto desse vazio fora de mim.

Mundo feio, mundo mau.

Prostrado pela dor, permaneço como zumbi nessa cama fria e triste.

Dor nos olhos.

Sangue no corpo e na carne marcada e rasgada.

Sangria desatada é essa vida.

Perdido sem amor e sem lar.

Não há um lugar para mim.

Porque não há espaço onde eu não sinta dor.

Porque meu fantasma, é a dor do mundo, que me entra na alma e corta por inteiro.

Não sei se sou lobo ou cordeiro.

Só sei que passo a vida a ruir minha carne em lágrimas.

Eu corto minha carne e me rasgo em coceira e alergia.

É como se minha alma amaldiçoasse meu corpo por ter ele de viver nesse mundo maldito.

Sangria desatada.

Pois, que se foram os nós.

E só ficou meu sangue jorrado no chão.

Eu perdido no vazio e no frio.

Não há palavras de carinho, porque eu estou sozinho.

E não há nada que me arranque dessa nuvem de dor.

Porque eu sou puro rancor.

Sou carne estraçalhada e para sempre marcada.

E não, não há cura para o meu mal.

Não, não há cura, porque o que tenho é uma alma mutilada.

E para alma mutilada não há, nem nunca haverá cura.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 29/12/2011
Reeditado em 06/01/2012
Código do texto: T3412880
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