Em tuas mãos

Intrigas, devaneios,ilusões,

espada,revólver,lança,flecha,

mágoa,rancor,ódio,solidão,

peste,calafrio,bactéria,raiva,

enche minha alma em vão

Em tuas mãos os deixo...

Sangue infeccionado,tuberculose,pneumonia,

aids,sífilis,câncer,disenteria,

alma ferida,espírito sem vida

em tuas mãos os entrego...

Vírus,fungos,protozoários,

dores do parto

ensanguentada paixão

furúnculos no amor e no coração

em tuas mãos os deixo...

Tristeza

amargura

déspotas da escuridão

melancolia

metáforas do salmão

raios,tempestades

trovões

furacões

ventanias

tsunamis

tornados

eixos dos reis,rainhas,príncipes e princesas

no abismo em puros devaneios

ao mundo de Hades em que eu creio

e tu cruel Afrodite

atingistes meu coração com a flecha de Órion

e com o fogo do inferno de Dante

acabaste com meu amor insano

e assim em tuas mãos eu deixo...

leptospirose,infarto,derrame

deserto no teu sangue

maconha

cocaína

crack

heroína

desdem do teu ser

Ó Minerva

Ó Diana

diga me onde está ela

a musa que me deixou por um magricela

Ó Eros

Ó Zeus

purifica este pobre mortal

que dantes era paz

e agora é ódio irreal

em tuas mãos entrego...

encerro me no Castelo d'If

como Edmond Dantés

que inocente foi preso por receber uma

carta de Napoleão Bonaparte

e assim passou se mais de quinze anos

como numa divina comédia

nada mais é que uma divina tragédia.

em tuas mãos deixo...

tétano

rubéola

perigo real

déspotas invariados

reis infeccionados

inferno realizado

dentro do teu ser enterrado

em tuas mãos entrego...

enquanto feras atrás de presas saídas de covis

nas profundezas espreitavam a donzela adormecida

que afligida no dilema do rancor

deixou pra trás todo o seu amor

e o transformou em ódio e rancor

em tuas mãos eu deixo...

uma verdade de má-fé contada é

capaz de derrotar qualquer mentira por ti inventada

e disse que me disse

enquanto suspirava suas ultimas palavras

que toda vez que estava ao meu lado

mais e mais me amava

mais sei que era mentira

pois queria ter certeza

pois seus olhos

nem a luz ofuscava

e assim

em tuas mãos eu deixo

minha alma triste e escravizada.

luta sem alegria

é vil luta sem sofrimento

é vil sofrimento sem luta

é vil alegria sem luta é vil.

e disse que me disse

mais enganada estava

pois meu coração ao lado dela não está

e sim na guerra que ela travou entre a alma e o espírito da pequena quimera.

em tuas mãos eu deixo,

deixo meu ultimo suspiro a flutuar

flutua suspiro

flutua que não quero mais amar...

em tuas mãos eu deixo....

Poeta Dom Casmurro
Enviado por Poeta Dom Casmurro em 31/12/2011
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