Redundante

Eu sou o poeta redundante:

Poeta da poesia poética.

O poeta da ingenuidade,

O poeta da imaturidade,

O poeta chorão

Da poesia inconformada,

Mal-rimada e mal-intencionada.

Eu sou poeta calado

Que grita por dentro:

Deseqüilibrado,

Sem norte nem centro.

Eu sou poeta crédulo e cético.

Crédulo do transcendental;

Cético do mundo real.

Eu sou poeta sem nobreza

Nem certeza,

De sangue fraco e verso trêmulo.

Poeta incerto, decerto.

Eu sou poeta prolixo, loquaz,

Palavroso, verboso,

Facundo e vagabundo.

Sou o que sou, Pois

Não poderia sê-lo

Se não o fosse.