FIM

A vida me tem golpeado, e não pouco,

pareço a bigorna nas mãos do ferreiro.

A alma ferida ressente o braseiro,

bem sei que este mundo está velho, está louco

e nada é eterno, a tristeza tampouco,

porém mal consigo parar de chorar

– a velha saudade não quer me largar!

Enquanto as imbuias prateiam a serra

e o meu pensamento essa névoa descerra,

revivo o meu sonho na beira do mar.

A dor que me habita resiste ao meu grito,

pois ela não sabe que sou resiliente

e tenho o controle perfeito da mente.

Assim, eu espero por tempo infinito;

na luta sem fim, sou fiel, acredito,

jamais duvidei de qual é meu lugar,

naquela varanda um amor aguardar.

No meio da areia, uma flor vai rasteira,

na areia branquinha da espuma que abeira,

até que haja morte na beira do mar...

(Galope à beira-mar)

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