Doce moribunda

Vai morrendo, lentamente, a poesia nos corações

Ninguém mais tem tempo de amar, nem de sonhar

E assim a poesia sem ser escrita, sem ser lida

Vai pouco a pouco se apagando como nuvem esfalecida

E ela, coitada, se agarra nos sonhos dos poucos poetas

Que choram suas dores ou as dores alheias sem pensar,

Poetas que se entregam, pela poesia, à dor do pranto

Dando ao seu velório as cores da tristeza de um canto

Adeus poesia, doce moribunda deste tão mundo vil

Vítima da tanta falta de amor de um mundo sem coração

Vai, mas leva contigo a saudade de um poeta como oração

Vai poesia este tão estranho e podre mundo já não te merece

Mas por onde fores, em qualquer mundo que te façam amores

Lembra deste poeta que por tanto te amar nunca de te esquece.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 10/03/2012
Código do texto: T3546256