O massacre da dor.

Ninguém entende minha dor.

Ninguém entende a própria dor.

Sentir sozinho: viver sozinho a minha dor.

Sentir sozinho num mundo em desalinho: perdido como um passarinho sem asas fora do ninho.

Porque a onde eu for sempre estarei sozinho.

Sou um risco de um rabisco de uma folha de papel atirada ao vento.

Lágrimas: larvas ferventes que saem de meus olhos e de meu coração.

Fermento ácido é a solidão que corta a minha carne, meu irmão.

Você pode até dizer palavras doces de consolo, mas nunca vai alcançar minha alma.

E pode ter a certeza de que minha alma nunca alcançará suas palavras.

Porque do abismo em que minha alma foi lançada nada sinto, nada vejo: além do sangue escorrendo de minhas dolorosas e massacrantes feridas.

Dor e puz num sangramento infinito: assim é a minha dor, sim, assim é a minha, a minha dolorosa e massacrante dor.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 19/03/2012
Código do texto: T3563699
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