Hoje fechei a porta da rua.

Em mim não há Sol nem Lua,

Só a vida nua e crua

Surrando meu ser.

Hoje não é dia de ver milagres

Bebo a taça de fel e vinagre

Sim,sorvo essa acidez!

Estou só com meu silêncio

Meu abismo momento

Pedaço mau desse viver.

Estou, pois sou apenas brisa

Sou uma exalação e o chão me pisa

Cerca-me um abismo profundo.

O outono escurecendo meu mundo

Esfriando meu ossos

Quem dera a vida fosse um poço...

Ou um vale de profundos sulcos

Para eu neles mergulhar

E a vida ali hibernar.

Indefinida mente a minha

Sensação de estar sozinha

Nesse vale de lágrimas que não choro.

Quem dera eu chorasse!

E as lágrimas lavariam a alma

Devolveriam a calma.

Mas lágrimas não tenho

E a pedir venho

Vida, seja lágrima,então!

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 26/03/2012
Código do texto: T3577217
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