MELANCOLIA


 
 
A melodia ecoou no ar
(como num ensaio que viesse após),

e deixei-me verter lágrimas
tangidas no fio da saudade.
Era tanta vida, e cheguei a supor
uma sinfonia atroz.
 
 
Precisei, em meu juramento,
jurar com a força da voz:
sempre viver de amor,
nunca morrer de amar.
 
 
Entretanto, quando eu me for
do mundo para nenhum lugar,
e essa música enfim
vier em minúncias tocar,
não a desligue por nós;
cante-a íntimo, baixinho,
quase como o último carinho,
recital recomendado só para mim.





Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 02/04/2012
Reeditado em 05/08/2012
Código do texto: T3590484
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.