Entre sepulturas...

Por entre covas despeças andei

Vendo nomes e rostos inconstantes

Olhando flores de mãos artífices

Silvando o pensamento que cantei

Que num pulsar de poucos instantes

Chegando aos seus estranhos ápices

Vi pessoas antigas, duma era passada

Que desde antes tinham em vidas suas

A vivência que de alegrias em si aplainavam

Mas que na morte, em feroz e intensa caçada

Deixo-os sem perspectivas às sombras nuas

De meras e sutis lembranças nos deixavam

Agora dormem entre silenciosas pedras

Que quietas aglomeram e se incendeiam

Trajadas com flores secas pelo tempo

Que ao mero balançar do forte vento

Dissolvem-se como o mero nada, harpeiam,

O que no vento se fez ouvir desde as eras

Vem em minha mente algo terrível

Que nem o mais puro amor sensível

Nos livrará do mesmo e cruel destino

Que na morte nos espera o respingo

Da vida que agora nos resta a aproveitar

O dia sobrevirá à morte a nos espreitar...

Paulo Poeta
Enviado por Paulo Poeta em 26/01/2007
Código do texto: T359438