Perdoa

Perdoa, que eu calo.

Este peito apertado, este choroso chiado,

Faca que corta devagar.

Traz na lamina o coágulo das nossas memórias.

Perdoa passarinho, que eu respiro,

Assumo o risco de morrer certeiro,

Dou o salto com a cabeça, na certa guilhotina,

E me ponho inteiro sem chorar adiante!

Perdoa, que eu retiro.

O enrosco da garganta,

O amargo de festa que eu não lhe dei,

Quando queria lhe dizer que a amo!

Perdoa sim, que eu vivo.