Meu Amigo Léo

Meu amigo Léo

Está no céu

Correndo de um lado para o outro com a coleira que o enfeita.

Meu amigo Léo

Está no céu

Me deixou aqui na terra com uma saudade de careta.

Meu amigo Léo fazia muitas poses para dormir

E andava seguindo a sua sina idenficado por uma sinaleta.

Meu amigo Léo,

Um loiro ruivo, cujos olhos castanhos claros enxergavam bem no escuro.

Mesmo com medo não se rendia ao muro.

Às vezes, brabo com o seu pai, ninguém o reconhecia.

Meu amigo Léo

Está no céu

Morreu de causas desconhecidas.

Na verdade ele partiu porque neste Brasil

É sempre assim, ninguém é por você se não tens dinheiro.

Ninguém é por você se não és parente do Conselheiro,

Ninguém é por ti, se não és primo do coroné,

Ninguém é por ti, se não tens representante em peso financeiro.

Meu amigo Léo estou com saudade de você,

Ainda não deu para acostumar,

Ainda não deu para entender, que

Embora a gente saiba que temos direitos

Nada fazemos para reivindicar, pois que não os vemos, de fato, funcionar.

Meu amigo Léo

Fico a imaginar o barulho que as folhas secas fazer sobre a tua campa.

Contudo a sombra da árvore que tu gostava baila calada com a brisa da tarde, como se tu deitado em baixo estivesse.

Meu amigo lé, lé, lé...Léo,

Tão jovem pereceu.

Que Deus te dê o descanso merecido.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 26/01/2007
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