Um quadro vazio

Buscar sorrisos em sonhos mortos,

A dor cavalgando a alma em cruéis galopes

Lágrimas rolando soltas no rosto triste

E a solidão gritando estérica, num silêncio mórbido,

Que as cicatrizes da alma se fizeram chagas.

A tristeza canta canções em sussurros largos,

A angustia em frenético gozo, num indecente coito,

Com o nada pari indolente sonho que nasceu morto.

E o pensamento corre em lembranças tropegas

A procurar momentos que se foram ao tempo.

A alma em desespero grita orações perdidas

Que se fizeram eco em horizontes que ninguém vê.

E patético, um suspiro clama, entre os soluços

Que se fazem canto, que se fazem reza,

Que quer fugir do peito que agora arfa sem poder gritar.

O tempo se pinta em cinza, a alma se pinta em dores

Assim um quadro se faz pintado em tom sobre tom.

Tentando um fiel retrato num espaço que o tempo

Se faz cinza... se faz preto... se faz marrom

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 20/04/2012
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